O nascimento do primeiro filho na relação do casal
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O amor paterno e materno não é sempre tão puro como pode parecer à primeira vista. Há, com frequência, a experiência de amor abusivo. Este é mais frequente em relação aos filhos de sexo diferente, ou seja, a mãe fixa-se mais no filho e este na mãe, tal como se dá o mesmo facto entre pai e filha.
É um facto natural, contudo, se os pais não estiverem atentos a este problema e, ainda mais, se forem neuróticos em maior ou menor grau, podem impedir um desenvolvimento normal dos filhos como pessoas sexuadas.
Para evitar esta fixação doentia, a harmonia conjugal é o melhor remédio. É, no entanto, indispensável uma vigilância e uma atitude clarividentes dos pais, para se prepararem, eles e os filhos, desde o nascimento, para a maturidade afectiva e para a autonomia de adultos.
O amor da mãe pelo bebé é indispensável para o desenvolvimento harmonioso da criança. Sendo tão instintivo, é difícil à mãe não cair num amor exclusivo. Se a mãe quer o filho só para si, é egoísmo, e neste caso em vez de ser um elo de ligação entre o casal é um rival.
A mãe, já desde a concepção e, sobretudo, depois do nascimento, não pensa senão no filho. Muitas vezes o marido começa a ser um estranho e acaba por ser “suportado” quase que por necessidade. Além dos inconvenientes que isso tem para o ambiente familiar conjugal, é uma situação péssima para a futura educação dos filhos. Isto dá-se muitas vezes por feitio da esposa e muitas outras também por culpa do marido. Se este não soube ajudar a esposa a adaptar-se à vida conjugal, não deve admirar-se de que a esposa procure no filho o carinho que lhe falta da parte dele. É de toda a conveniência que o marido faça tudo para estabelecer a harmonia conjugal, em bases seguras, antes do nascimento do primeiro filho. Se o esposo fizer tudo o que puder para ajudar a esposa a adaptar-se à vida conjugal, se lhe der carinho e atenção quando ela acalentar no seu seio o fruto do seu amor, o amor do filho e o amor do marido serão, para ela, uma e mesma coisa.
A esposa deve redobrar o cuidado de associar o marido à alegria da maternidade e ajudá-lo a associar-se, igualmente, aos incómodos da mesma. Além de mãe, a mulher continua a ser esposa.
As crises do amor conjugal vão-se repetindo pela vida além. Se o casal não estiver atento, a sua solução pode ser bem difícil. É a propósito da educação dos filhos que o acordo entre os pais é mais importante. Só com franqueza, desprendimento e espírito de sacrifício é que os pais podem arcar com todas as responsabilidades. Por isto, devem conversar muito um com o outro sobre todos os assuntos que interessam a eles e aos filhos.