Arquitetura redes HFC
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Arquitectura HFC
É uma rede de telecomunicações em meio confinado, que combina fibra óptica e cabo coaxial como suportes para a transmissão de sinais. Embora existam redes diferentes da HFC, com tecnologias que são modificações das tecnologias para LANs, a difusão muito maior daqueles tipos de rede a cabo levou a que o par HFC+cable modem dominasse totalmente o cenário, de tal forma que ambos os termos são hoje usados na literatura como se fossem sinônimos, para referência à própria tecnologia.
Arquitetura rede HFC
O Cabo Coaxial e a Fibra Óptica
O cabo coaxial é como o par trançado de cobre, um cabo que conduz energia sob a forma de corrente elétrica. Diferentemente do par trançado, a simetria do cabo coaxial faz com que o campo eletromagnético fique totalmente confinado entre o conduto interno e a malha externa, resultando em irradiação teoricamente nula. Isso resulta,na prática, no fato de que o cabo coaxial pode transportar os mesmos sinais que o par trançado a distâncias muito maiores, ou, de forma equivalente, pode transportar sinais de freqüência muito mais alta cobrindo as mesmas distâncias.
Na prática, no entanto, em decorrência de imperfeições de sua geometria, o cabo coaxial irradia pequena fração da energia do sinal que por ele trafega. Ao contrário do par trançado, ele não é um bom irradiador, embora também irradie e, conseqüentemente, receba sinais. Isso faz com que cabo coaxial, apesar de menos suscetível a interferências, não seja imune a elas. Essa falta de imunidade representa um inconveniente nas redes HFC, particularmente nos canais de upstream.
Partes da Rede HFC
A rede HFC se compõe basicamente de quatro partes claramente diferenciadas: a cabeceira (ou headend), a rede tronco, a rede de distribuição e a rede de usuários.
Headend
O headend é o centro de onde se governa todo o sistema. Sua complexidade depende dosserviços suportados pela rede. Por exemplo, para um serviço básico de distribuição de sinaisunidirecionais de televisão (analógicos e digitais), o headend apresenta uma série de equipa-mentos de recepção de televisão terrestre, via satélite e por microondas, assim como de enlacescom outros headends ou estúdios de produção. Os sinais analógicos são transmitidos multi-plexados em freqüência. Os sinais digitais de vídeo, áudio e dados que formam os canais detelevisão digital são multiplexados.
Uma vez aplicado o código corretor de erros e realizadoo entrelaçamento de bits, utiliza-se um modulador QAM para transmitir a informação até oequipamento do assinante (encabeçado por uma set-top-box, como no ADSL). O headend é também encarregado de monitorar a rede e supervisionar seu funcionamento. O monitoramento está se tornando um requisito básico das redes de cabo, em virtude da atual complexidade das novas arquiteturas e da sofisticação de novos serviços, que exigem da rede confiabilidade muito alta. No headend se realiza todo o tipo de tarifação e controle dos serviços prestadosaos assinantes.
Headend Net Virtua Rio de Janeiro
A Rede tronco
A rede tronco pode apresentar estrutura em forma de anéis redundantes de fibra óptica que unem um conjunto de nós primários. Os nós primários alimentam outros nós, ditos secundários,através de outras estruturas em anel ou em barramento, ainda por fibras ópticas. Nos nós secundários, os sinais ópticos são convertidos em sinais elétricos e são distribuídos para os assinantes por meio de cabos coaxiais, pela rede de distribuição. Cada nó secundário serve a algumas centenas de lugares (500 é um tamanho habitual para redes HFC). No enlace,são dispostos em cascata 2 ou 3 amplificadores de banda larga. Com isso, se consegue bom nível de ruído e distorção no canal descendente.
Características
• Transmissão bidireccional
• Distância máxima de 160Km entre o CMTS (Cable Modem Termination System, Head end) e o Cable modem mais distante (distância padrão 16 a 20Km).
• Cada nó de fibra (célula) pode servir entre 500 a 2000 utilizadores, dependendo da largura de banda disponibilizada a cada um.
Arquitetura genérica de uma rede HFC
Estrutura das normas DOCSIS
• 11 documentos, disponíveis em DOCSIS 2.0
• Principais componentes:
– Interface de modem de cabo – CMCI
– Interface de retorno telefônico – CMTRI
– Interface rede-cabo CMTS-NSI
– Interface de rádio RF
– Interface de privacidade BRI (Baseline Privacy Interface)
– Interface de Suporte de Operações – Interfaces de gestão entre os elementos da rede e de gestão de alto nível
• Portocolos considerados nas normas DOCSIS
– Camada de rede (IP)
– Camada de ligação de dados
Subcamada LLC (Logic Link Layer), norma IEEE 802.2
Subcamada de segurança, Privacidade, autenticação e autorização
Subcamada MAC, PDUs de comprimento variável
– Camada física
Uptream/Downstream Transmission convergence
Physical Media Dependent
• Download (Capacidade total e excluindo overhead)
– DOCSIS 1.x – 42.88Mbit/s (38Mbit/s)
*EuroDOCSIS 2 55.62 Mbit/s (50Mbit/s)
– DOCSIS 2 – 42.88Mbit/s (38Mbit/s)
*EuroDOCSIS 3 55.62 Mbit/s (50Mbit/s)
– DOCSIS 3 – m × 42.88Mbit/s (38Mbit/s) [m, n´umero de canais agregados)
*EuroDOCSIS 4 m × 55.62 Mbit/s (50Mbit/s)
*m=4, EuroDOCIS 222.48Mbit/s (200Mbit/s)
*m=8, EuroDOCIS 444.96Mbit/s (400Mbit/s)
*(…) m=20, EuroDOCIS 1 Gbit/s…
Taxa de transmissão – Protocolo DOCSIS/EuroDOCSIS
Devido ao overhead causado pelos vários protocolos utilizados na transferência das informações, é diminuída a taxa de transferência teórica, pois a codificação para correção de erros, o esquema de modulação e o protocolo MPEG, além dos cabeçalhos DOCSIS e Ethernet.
DOCSIS 3.0 – Channel bonding
A versão 3.0 do DOCSIS permite a utilização de 4 ou mais canais agregados para a transferência de dados. Embora a especificação não determine um número máximo de canais que podem ser agregados, existe um limite prático, além do fluxo de downstream, o meio físico também necessita transportar os canais analógicos e os digitais.
Recentemente a Cisco realizou um teste onde alcançou quase 1.6 Gbps, utilizando seu novo CMTS, que suporta agregar até 72 canais no fluxo de downstream e 60 canais no de upstream.
Além da falta de espectro disponível na rede HFC, outro fator que limita o número de canais que podem ser agregados pelas operadoras é a falta de cable modems que suportem mais de 8 canais agregado. No teste da Cisco, foram utilizados protótipos de cable modems que suportam 16 canais agregados no fluxo de downstream e 4 canais no de upstream. Mesmo assim, foram utilizados três destes protótipos para realizar o teste com 48 canais agregados. É tecnologicamente possível produzir cable modems que agreguem 72 canais ou mais, mas o custo é alto.
Através do uso de Channel bonding empresas brasileiras já conseguem comercializar a velocidade de 100Mbps, utilizando CMTS Cisco uBR 10012 e Cable modem Cisco DPC300 que suporta 4 canais agregados (downstream e upstream), o que fornece uma taxa de transferência máxima praticável de 152 Mbps.
Equipamentos externos em uma Rede HFC
Feeder: cabo coaxial, pertencente ao segmento secundário de uma rede HFC, que inicia no nó óptico e estende-se por toda uma determinada área. O comprimento do feeder depende da arquitetura da rede, podendo alcançar até 3 Km. Devido o cabo coaxial sofrer mais retração ou expansão térmica do que o cabo de aço, é necessário criar pontos de expansão nos feeders, junto a cada poste.
Pontos de expansão
Tap: é utilizado para distribuir ou combinar os sinais de RF (Radio Frequency). O sinal de upstream originado no cliente é combinado aos outros sinais de RF passando pelo tap. Os taps são instalados ao longo do feeder, em locais onde existam residências ou empresas, para possibilitar a conexão dos drops que atenderão aos clientes.
Tap
Drop: é o cabo coaxial, ligado ao tap, que leva o sinal até o cliente. Normalmente, seu comprimento é menor que 200 metros.
Amplificador: devido às altas frequências utilizadas na rede HFC, o sinal sofre atenuação ao propagar-se pelo cabo coaxial. Por este motivo se faz necessária utilização de amplificadores nos feeders em intervalos regulares.
A amplificação é bidirecional, atuando tanto no sinal de*downstream*quanto no de*upstream. Os fatores que definem o número de amplificadores e a distância entre eles são os seguintes:
*
*Frequência máxima do sistema, em Mhz ou Ghz;
*Tipo de cabo coaxial sendo utilizado e seu tamanho;
*Atenuação (em dB) por metro de cabo, operando na frequência máxima;
*Ganho operacional do amplificador (também em dB), operando na frequência máxima.
Amplificadores
Trunk: em uma rede HFC, a parte principal do segmento de distribuição é composta por cabos de fibra óptica, que transportam o sinal originado no headend até os nós ópticos, que por sua vez distribuem o sinal através dos feeders. Estes cabos de fibra óptica são denominados trunks, e interligam os CMTS’s aos vários nós ópticos distribuídos por uma determinada região através de uma topologia em anel. Existem referências que afirmam ser em estrela a topologia deste segmento óptico da rede HFC, o que também é possível.
Trunk
Tipos de anéís
Nó óptico: é o equipamento responsável pela distribuição do sinal recebido do CMTS através dos trunks. São posicionados próximos às áreas que devem atender de onde se propagam os feeders que efetivamente cobrirão a área designada.
Fonte de alimentação: equipamento que converte a voltagem da rede comercial para uma voltagem menor – tipicamente 60 ou 90 V, sendo esta última predominante – multiplexando-a com os sinais de RF e injetando o sinal resultante em um cabo coaxial que alimentará os elementos ativos da rede (nós ópticos e amplificadores). A corrente pode situar-se entre 10 e 15 A ou mesmo 40 A, dependendo da quantidade de elementos sendo alimentados. Cada fonte pode alimentar um grupo de dez a vinte elementos, e conta com baterias recarregáveis para alimentá-los em caso de falta de energia elétrica, por um período de 2 a 8 horas (dependendo da quantidade de baterias instaladas). Na figura abaixo é mostrada uma fonte de alimentação da NET, onde pode ser visto o armário metálico que armazena os circuitos lógicos e as baterias.
CMTS: localizado no headend, o*Cable Modem Termination System*é um conjunto de dispositivos com funções específicas que se complementam na tarefa de gerar, processar, transmitir e receber dados e de gerenciar sua transmissão através da rede DOCSIS. Dependendo da arquitetura de CMTS utilizada, estes dispositivos encontram-se integrados em um mesmo chassis*(Integrated CMTS) ou como equipamentos separados (Modular CMTS). O CMTS refere-se ao conjunto de dispositivos que controlam a rede DOCSIS.
Uma das funções do CMTS é rotear os pacotes IP do cliente para a Internet (ou para a rede IP da operadora) e vice-versa. Por este motivo possui uma ou mais interfaces ethernet (1Gb ou 10Gb) ligadas à rede IP da operadora, e uma interface RF *ligada à rede HFC.
Os pacotes IP originados no cliente chegam ao CMTS através de frames ethernet encapsulados em frames DOCSIS. O CMTS então extrai os pacotes IP dos frames*e efetua o roteamento adequado: se forem dados do usuário, eles são encaminhados até um roteador de borda que atua como gateway para a Internet; se forem de telefonia (via PacketCable), são encaminhados aos equipamentos que controlam a rede PacketCable. Se a ligação telefônica efetuada for para a rede de telefonia convencional, então um dos equipamentos que operam a rede PacketCable efetua a devida conversão e roteamento.
Outra função do CMTS é gerenciar a transmissão de dados na rede DOCSIS através do controle dos cable modems ou EMTAs. O CMTS lida apenas com a transmissão de dados na rede HFC, através da especificação (ou protocolo) DOCSIS. A transmissão de canais de TV não é gerenciada pelo CMTS. Apenas o tráfego de dados de e para a Internet e de telefonia são responsabilidades do CMTS: é ele que define qual*cable modem*(ou EMTA) poderá transmitir seus dados.
Funções do CMTS:
*Fornecer ao EMTA as políticas de QoS necessárias;
*Alocar largura de banda de acordo com as requisições do EMTA e das políticas de QoS;
*Classificar cada pacote recebido da rede DOCSIS e atribuí-lo à um determinado nível de QoS baseado em filtros previamente configurados;
*Analisar o campo ToS dos pacotes IP recebidos da rede DOCSIS e definir as configurações no ToS de acordo com as políticas da rede IP;
*Alterar o ToS dos pacotes IP sendo enviados ao EMTA, de acordo com as políticas de QoS;
*Efetuar traffic shaping e policiamento de acordo com as políticas de QoS;
*Direcionar os pacotes enviados ao EMTA utilizando as devidas políticas de QoS ;
*Direcionar os pacotes recebidos do EMTA para a rede IP utilizando as devidas políticas de QoS;
*Manter o estado para os fluxos ativos.
CMTS Foto 1
CMTS Foto 2
CMTS Foto 3
Cable modem: é o equipamento responsável por transformar o sinal de RF originado no CMTS em pacotes IP para o cliente e vice-versa. No sentido de downstream, o cable modem*demodula os sinais de RF recebidos pela rede HFC e extrai os pacotes IP encapsulados em frames MPEG-TS, enviando-os para a interface ethernet. No sentido de*upstream, encapsula os frames ethernet em frames DOCSIS, modulando-os e enviando-os para a interface RF.
Exemplo de Cable Modem ( EMTA )
EMTA: sigla de Embedded Multimedia Terminal Adapter, este equipamento é um cable modem com um adaptador multimídia embutido, que utiliza o protocolo PacketCable para transmitir o sinal de voz sobre a rede HFC.
Os equipamentos acima citados realizam a mesma tarefa: enviar dados do usuário para o headend e vice-versa. A única diferença é que o EMTA também transporta sinais telefônicos.
OBS: Um fato muito importante a ser dito sobre as taxas de transmissão em uma rede DOCSIS (utilizando agregação de canais ou não) é que elas não são dedicadas a cada assinante, mas a cada nó óptico ou área de cobertura: isto significa que a taxa de transmissão é dividida por todos os assinantes atendidos por um determinado nó óptico. O marketing de algumas operadoras (senão todas) sugere que cada usuário poderá usufruir da taxa de transmissão (ou “velocidade”) máxima, o que não é verdade. Embora seja tecnicamente possível atribuir a taxa de transferência máxima para apenas um determinado cliente, em prática a ideia não faz o menor sentido, uma vez que a arquitetura da rede HFC é projetada para atender um número “x” de clientes, que rateiam o custo da infra-estrutura.
Atualização 09/07/2012
Hubs de distribuição — O hub é o ponto de interconexão entre a rede regional de fibra óptica e a rede HFC . Atende de 20.000 a 40.000 domicílios em um anel de fibra. No hub , o CMTS concentra os dados provenientes de uma WAN e modula os sinais digitais para transmissão através dos enlaces de fibra óptica da rede HFC. O CMTS oferece um canal dedicado de downstream de 27 Mbit/s e a largura de banda de upstream varia entre 2 e 10 Mbit/s por nó de distribuição.
Valores de referência de sinal no cable modem (SNR, RX, TX)
Atente para os valores do modem:
***SNR (Signal-to-noise ratio aka. Ruido) – de 33dB para cima, não existe um valor máximo ideal mas não deve ser muito mais de 40.
******RX (Sinal no download) (Received Signal Strength/Power level) – Ideal seria 0dBmV mas o valor aceitável ronda os -10dBmV e os +10dBmV
***TX (Sinal no Upload) (Power Level) – Entre 35dBmV a 55dBmV, tal como o RX quanto mais no meio estiver o valor melhor, isto porque caso existam oscilações o Modem não perderá o registo.
Atualização 11/07/2012
Cabo Coaxial
Um dos primeiros tipos de cabos usados em rede, utilizado mais em redes de pequeno porte. Possui uma impedância que é medida em ohms (Ω) as redes Ethernet (próximo capítulo) utilizam cabos coaxiais de 50 ohms. Apesar de parecido com o cabo coaxial utilizado em antenas de televisão possuem impedâncias diferentes. O cabo utilizado em antenas é de 75 Ω, não sendo possível utilizar um no outro.
O taxa de transferência máxima do cabo coaxial é de 10 Mbps, muito inferior em comparação com o par trançado que já operam a 100 Mbps.
Vantagens do cabo coaxial:
• Sua blindagem permite que o cabo seja longo o suficiente.
• Melhor imunidade contra ruídos e contra atenuação do sinal que o par trançado sem blindagem.
• Baixo custo em relação ao par trançado.
Desvantagens do cabo coaxial :
• Por não ser flexível o suficiente, quebra e apresenta mau contato com facilidade, além de ser difícil a instalação em conduítes.
• Utilizado em topologia linear, caso o cabo quebre ou apresente mau contato, toda a rede trava.
• Em lugares com instalação elétrica precária ou mal organizada, ao fazer a instalação ou manutenção dá muito choque.
• Vedada a utilização em redes de grande porte.
Tipos de cabo Coaxial
Coaxial Fino (10base2)
Este tipo de cabo coaxial é o mais utilizado.
É chamado “fino” porque a seu diâmetro do cabo é menor que o cabo coaxial grosso.
“10” significa taxa de transferência de 10 Mbps e “2” a extensão máxima de cada segmento de rede.
Características do cabo coaxial fino:
*Utilizam a especificação RG-58 A/U;
*Cada segmento de rede pode ter, no máximo, 185 metros;
*Cada segmento pode ter, no máximo, 30 nós;
*Distância mínima de 0,5 metros entre cada nó da rede;
*Utilizado com conector BNC
Coaxial Grosso (10base5)
Este tipo de cabo coaxial é pouco utilizado. É também chamado “Thick Ethernet”ou 10base5.
Analogamente ao 10base2, 10base5 significa 10 Mbps de taxa de tranferência e cada segmento da rede pode ter até 500 metros de comprimento.
É conectado à placa de rede através de um transceiver.
Características e funcionamento
Em redes locais, o cabo é utilizado fazendo uma divisão da banda em dois canais ou caminhos :
*caminho de transmissão ( Inbound);
*caminho de recepção (Outbound).
As principais características de redes locais com cabo coaxial de banda larga são as seguintes :
*aplicação em redes locais com integração de serviços de dados, voz e imagens;
*redes locais de automação de escritórios com integração de serviços.
Uma diferença fundamental entre os cabos coaxiais de banda base e banda larga é que sistemas em banda larga necessitam de amplificadores analógicos
para amplificar periodicamente o sinal. Esses amplificadores só transmitem o sinal em um sentido; assim, um computador enviando um pacote não será capaz de alcançar os computadores a montante dele, se houver um amplificador entre eles. Para contornar este problema, foram desenvolvidos dois tipos de sistemas em banda larga : com cabo duplo e com cabo único.
Atualização 28/07/2012
Intel apresenta cable modem com 1Gb/s de velocidade
A Intel em Maio deste ano (2012), apresentou um cable modem que alcançou a velocidade de 1Gb/s em DOCSIS 3.0. Usando o sistema Intel Puma 6, a velocidade de download ficou o dobro da atual geração de modens DOCSIS e houve um aumento na velocidade de upload para 240Mps. Com isso, a tecnologia busca que os provedores de serviço conheçam as demandas reais do consumidor e passem a oferecer novos serviços, estendendo seus investimentos em redes.
Como o número de conexões de internet em casa só vem aumentando, os provedores de serviço buscam velocidades cada vez maiores de banda larga para que mais clientes utilizem redes a cabo. Adquirindo a possibilidade de aumentar o serviço para o mais alto nível de velocidade, novas experiências serão possíveis para que as indústrias passem a combinar internet, televisão, jogos e aplicações através de multiplas telas em uma casa.
Com a avançada tecnologia da especificação DOCSIS 3.0, multiplos operadores de sistema (MSOs) podem oferecer um acesso mais rápido aos usuários em experiências com a banda larga, como em videoconferências em tempo real ou jogos online. A Intel foi a primeira a implementar a tecnologia DOCSIS 3.0 com o Intel Puma 5.
http://www.intel.com.br/content/www/br/pt/cable-modems/puma-family.html
ATUALIZAÇÃO 02/07/2016
DOCSIS 3.1
Desenvolvida pela ONG Cable Lab e já na versão 3.1, a DOCSIS permite que as operadoras ofereçam velocidades super altas e já vai ser utilizado nos EUA, pela Comcast. Por exemplo, com a tecnologia, é possível enviar internet de 10 Gbps ao usuário.
DOCSIS 3.1 inclui o mais recente e a melhor tecnologias de comunicação digital, tais como a codificação LDPC, ordens de modulação muito elevadas (4096 QAM, por exemplo), mais de 1 GHz do espectro utilizável e suporte de QoS e baixas latências. O DOCSIS 3.1 entrega tudo isso, mantendo a compatibilidade com DOCSIS 3.0 é possível nas redes rede HFC de hoje, sem qualquer obrigação de atualizar as plantas.
Evoluções:
Comparação DOCSIS 3.0 x DOCSIS 3.1
Curiosidade
Para os curiosos, a NET a partir do lançamento das velocidades de 30..60..120 (docsis 3.0) fechou contrato com a Cisco e o CMTS fornecido na rede da virtua é o Cisco uBR 10012, embora ela utilize outros CMTS docsis 3.0, a porcentagem maior da rede é composta deste Cisco.
Cisco UBR 10012: O Cisco uBR10012 é um roteador de banda larga que fornece uma solução high-end, de alto desempenho e alta capacidade, conhecido como CMTS (Cable Modem Termination System). O roteador Cisco uBR10012 é uma plataforma de multi-serviços que coloca um novo nível de inteligência e desempenho sobre a rede, permitindo que os prestadores de serviços a cabo possam maximizar as suas receitas, oferecendo mais serviços e recursos aos seus clientes. O sistema pode fornecer dados de alta velocidade, entretenimento de banda larga e serviços de telefonia IP para os assinantes residenciais e comerciais usando modems de cabo ou set-top boxes digitais (STBs).
O roteador Cisco uBR10012 é baseado nas especificações de dados-over-Cable Service Interface (DOCSIS), que foram desenvolvidos por uma iniciativa da indústria de cabo para assegurar a operação confiável e segura de redes de dados por cabo. O roteador pode interoperar com modems de cabo ou STBs que suportam o DOCSIS 1.0, DOCSIS 1.1, EuroDOCSIS 1.1, DOCSIS 2.0, DOCSIS 3.0 e EuroDOCSIS 2.0.
Características do CMTS Cisco uBR 10012:
- 19 polegadas para montagem em rack, profundidade 22,75 polegadas.
- Doze slots para cartões
- –
Cartões de linha interface de 8 cabos
–
Cartões de linha para uplink de rede, 4 Slots
- Módulo de LCD.
- Suporta até um máximo de 64.000 assinantes em uma configuração básica.
- O desempenho do motor de roteamento (PRE 1, PRE2 e pre4):
–
PRE1 módulos que suportam a verificação e correção de erros (ECC) para todos, substituindo o algoritmo de erro de paridade mais simples do módulo PRE originais.
–
Módulos PRE2 são projetados para atender aos requisitos de internet de provedores de serviços (ISP). O PRE2 oferece 6.2 Mbps de capacidade de processamento e tem um processador MIPS de 500 MHz RM7000 com dados de 16 KB integrados e 16 KB de instrução Nível 1 caches integrados de 256 KB cache de nível 2 e 4 MB de nível 3 cache. Cisco IOS versão 12.3 (9) BC.
–
O pre4 é o Express Forwarding (PXF) motor de processamento de pacotes e programação paralela de quinta geração do roteador Cisco uBR10012. O pre4 fornece 10 mpps de poder de processamento e tem um 800-MHz processador duplo com um buffer de pacote de 512 MB e uma memória de controlo de 128 MB com código de correção de erro. Cisco IOS versão 12.3 (33) SB.
CMTS CISCO uBR 1012 (Linha 10000):
ATUALIZAÇÃO 16/07/2016
PROJETO E CONSTRUÇÃO DE REDE HFC E FONTES DE ENERGIA NA REDE HFC
Pessoal,
Ao construir uma nova rede HFC, por exemplo em uma cidade ainda não atendida, é necessário alguns passos, abaixo é o que vamos ver:
1) LEVANTAMENTO DE CAMPO
O levantamento de campo é um dos primeiros passos para a construção de uma rede coaxial.
Nesse estágio o técnico deverá coletar os dados necessários para que o projeto possa ser feito pelo departamento de projetos. As informações que o técnico deve levantar são: Topografia da região através do equipamento de GPS, os postes da companhia de energia local e a demanda e sua classe social. Com esses dados em mãos, o departamento de projetos poderá projetar uma rede coaxial capaz de atender a todas as demandas levantadas.
Geralmente o levantamento de demanda é feito após o levantamento dos postes. Portanto, o técnico deverá “correr”, com o mapa já pronto, toda a rede. Abaixo é apresentada a tabela que o técnico deverá preencher durante o levantamento de demanda.
Node: Pág: Qnt. Apto. / Total
Poste Número Classe / Tipo Endereço
Nome Edifício Andar Andar Apto. Complemento
2) PROJETO DA REDE COAXIAL
Com o levantamento de campo finalizado, é iniciado no departamento de projetos o projeto da rede coaxial. Baseado nos equipamentos e cabos especificados para o projeto, o projetista realiza um estudo para atender 100% da demanda levantada pelo técnico.
Normalmente o projeto é feito para atender até 2000 demandas por node, e cada um desses nodes possui um nó óptico alimentado por um cabo óptico.
Durante o projeto, o projetista procura sempre balancear os nodes, ou seja, os números de demandas em cada um deles devem ser aproximadamente iguais, para equilibrioe manutenção da rede.
Após o planejamento das áreas, o projetista pode partir para o projeto de cada um delas.
Durante o processo são utilizadas ferramentas como o Lode Data e Drawnet. O resultado final é um mapa contendo todos os equipamentos ativos e passivos da rede, bem como os níveis de final de linha projetado e a localização das fontes. A lista de materiais de cada node é gerada também pelo departamento de projetos. A figura abaixo ilustra um mapa pronto.
Projeto de rede coaxial, esse mapa com a rede coaxial é plotado e enviado ao técnico responsável pela construção da área. Toda e qualquer alteração realizada em campo deve ser anotada no mapa, para que assim o departamento de projetos possa fazer o As built da região construída.
3) PROJETO ÓPTICO
Após definido os nodes a construir, bem como as localizações dos nós ópticos desses nodes, o planejamento das rotas dos cabos ópticos é realizado. Durante o planejamento das rotas para atendimento dos nós ópticos, o projetista procura analisar diversos caminhos. Geralmente a melhor opção é o caminho mais curto e com menos curvas. A fibra óptica é a responsável por transportar o sinal do headend até o nó óptico, e vice versa.
Em um projeto óptico os blocos com inscrição CX denotam as caixas de emendas. Essas caixas são utilizadas para acomodar os pontos da rede em que houve fusões, que é o acoplamento de entre duas fibras através do seu aquecimento.
Para realizar a fusão, o técnico deve obedecer todas as orientações de como manipular a fibra, e proceder de maneira correta para que a emenda realizada seja de boa . A figura abaixo ilustra a máquina de fusões
4) CONSTRUÇÃO DA REDE COAXIAL
Com os projetos ópticos e coaxiais em mãos, e os materiais fornecidos pela operadora, o técnico poderá iniciar a construção da rede. Inicialmente, deverá haver uma adequação dos postes.
Após o lançamento da cordoalha é feito o aterramento nos pontos que estão localizados os ativos (amplificadores) e os finais de cordoalha, que são as pontas da rede.
LANÇAMENTO DE CABOS ÓPTICOS E COAXIAIS
Após o lançamento da cordoalha, é realizado o lançamento de cabos coaxiais de acordo com as orientações do fabricante, evitando que o cabo seja danificado. O lançamento deve ser feito com os projetos em mãos, e todas as curvas de expansão devem ser respeitadas.
As curvas de expansão devem ser feitas, pois durante períodos de temperatura mais baixas, o cabo tende a se comprimir. Logo, se não houvesse essa curva de expansão, o cabo poderia comprimir até soltar-se do equipamento e do conector. Com a curva de expansão há uma folga para cabo expandir e contrair sem o risco de desconexão do mesmo. O lançamento dos cabos ópticos só é realizado depois do lançamento dos cabos coaxiais.
Além da curva de expansão, o técnico deverá estar atento quanto às especificações de altura mínima da rede em travessias, a faixa de ocupação, o posicionamento e identificação dos cabos, face de instalação e os problemas que podem ocorrer. A explicação de cada um desses itens é dada a seguir.
Altura mínima:
Travessia Altura mínima Ruas e avenidas 5 metros
Locais de tráfego normal de pedestres e ao longo de vias e estradas sem trânsito de veículos 3 metros
Locais de tráfego normal de pedestres e passagem particular de veículos 4,5 metros
Trânsito de máquinas pesadas 6 metros Rodovias 8 metros
Nota: Caso as alturas acima não possam ser seguidas, o Fiscal de Construção de Rede tem que ser consultado sobre o procedimento a ser adotado. Em hipótese alguma os cabos podem ser instalados em cruzamentos de ruas e avenidas, à uma altura inferior que 5,0 m.
Faixa de ocupação:
O espaço reservado para as concessionárias de telecomunicações e outros serviços é chamado de faixa de ocupação e tem como extensão 0,5 m. Pode-se determinar este espaço à partir de 0,6 m dos fios do secundário de energia elétrica.
Posicionamento do cabo:
Os cabos das concessionárias de telecomunicações devem ser instalados na faixa de ocupação própria, e espaçados 0,30 m. entre si. Existem casos em que as luminárias ficam dentro da faixa de ocupação, neste caso deve-se respeitar um minimo de 0,20 m da mesma.
Face de instalação:
Chamamos de face de instalação, o lado em que o cabo é fixado no poste. A parte do poste que fica para o lado das residências é chamada de face interna e a parte que fica voltada para a rua é chamada face externa.
Os cabos devem ser fixados preferencialmente na face externa, pois sua instalação e manutenção são mais fáceis, porém deve sempre ser seguido o padrão da Operadora.
Problemas na instalação:
Existem postes que apresentam problemas, que são observados durante a vistoria para a aprovação do projeto junto à Concessionária. Apresentamos agora a maneira de solucioná-los:
– Poste saturado: poste com excesso de cabos instalados que impossibilita a instalação de rede. Utilizar braço alongador.
Poste com altura insuficiente: para esta situação devemos mudar para posição padrão(adequar) os cabos de energia elétrica, luminárias e cabos telefônicos, para depois instalarmos a rede.
Poste danificado: poste que por qualquer motivo esteja com suas características alteradas, a
ponto de por em risco qualquer atividade.
Nota: Caso nenhuma das soluções apresentadas resolva o problema, deve ser efetuada a troca do poste. Neste caso solicitar autorização do Gerente de Implantação e requisitar à concessionária de energia o orçamento para execução deste serviço.
SPLICING
O splicing é a instalação de tap’s, acopladores e amplificadores nos cabos lançados na rede.
Para que a rede fique bem construída é necessário que os conectores utilizados sejam bem preparados e apertados, para que não haja fuga nem ingresso de sinal no cabo, que poderão causar grandes problemas na banda de retorno (Upstream), prejudicando dessa maneira, todos os assinantes banda larga.
INSTALAÇÃO DE FONTES
Tap instalado durante o splicing
No projeto da rede foi definido o número e localização das fontes necessárias para alimentar os amplificadores do node. Geralmente é feito um croqui do trecho em que será instalada a fonte, e uma carta de solicitação a companhia de energia elétrica para que seja feita a ligação elétrica em sua rede local.
A fonte é alimentada por 110 ou 220V e libera 60 ou 90V, com uma corrente nominal de aproximadamente 15A. Normalmente são instaladas três baterias de 12V-100A para que quando houver interrupção de energia elétrica, a rede de TV a cabo possa funcionar de 2 a 3 horas sem alimentação da rede elétrica. As fontes podem ser instaladas juntamente com a execução do splicing.
ATIVAÇÃO DO RECEPTOR ÓPTICO
Primeiramente, para que não haja confusão, o receptor óptico é conhecido também como nó óptico (NODE). O termo receptor óptico tem sua origem no tempo em que à rede de TV a cabo não era bidirecional. Com o surgimento de serviços interativos, houve a necessidade do receptor não só receber, mas enviar dados ao headend. Com esse novo papel assumido, o nome mais correto seria nó óptico. No entanto, o termo receptor óptico ainda é utilizado até hoje.
Com relação à ativação da rede, o processo é iniciado no receptor óptico.Para certificarmos que não existe problema com a fibra do headend até o receptor óptico, medimos com o power meter ou multímetro a potência óptica que está chegando ao RX. Se tudo estiver conforme o esperado, o técnico poderá ligar a fonte de alimentação (60 ou 90 V), e verificar o acendimento de alguns LED’s, como o do TX e do RX.
Após seguir todos os passos acima, é realizado o alinhamento do nó óptico com pad’s e equalizadores, até que se chegue aos valores especificados pelo projeto.
ATIVAÇÃO DO CANAL DIRETO
Ativação do receptor óptico
Com o receptor óptico alinhado, é iniciado o alinhamento dos amplificadores. É importante que o técnico respeite sempre os valores e os modelos de amplificadores determinados no projeto.
A importância de se usar o amplificador conforme o projeto é porque existem amplificadores com alto e baixo ganho, duas ou três saídas, com ou sem acopladores internos, e para que os níveis de saída real sejam próximos ao projetado, o técnico deverá construir conforme o projeto.
Compensação
Para o alinhamento dos amplificadores também são utilizados os pad’s para atenuar o sinal, e equalizadores para ajustar a diferença de canal alto e baixo, conhecido como TILT. Os passos para o alinhamento são:
1° passo – Verificar se existe tensão de 60 ou 90V para alimentar o amplificador, e depois verificar no projeto se este amplificador mandará tensão para alimentar os próximos da cascata, caso sim, instalar o jumper nas respectivas portas (main, aux1 e aux2).
2° passo – Verificar se o nível de RF na entrada está próximo ao projetado (tolerância de ±3 dB)
3° passo – Instalar todos os plug-ins especificados em projeto (Pad’s, equalizadores, equalizadores de interstágio, acopladores, e AGC quando tiver)
4° passo – Colocar o medidor de sinal no test point de entrada
5° passo – Trocar o pad de entrada garante que o nível de RF não seja menor que o especificado pelo fabricante, geralmente de 10dBmV para os amplificadores e 18dBmV para os LE’s.
6° passo – Colocar o cabo do medidor na saída main e trocando o equalizador de entrada até atingir o tilt especificado pelo projeto.
7° passo – Com o tilt correto, substitua o pad de interstágio até chegar ao valor de saída especificado pelo projeto, conforme o esquema abaixo.
8° passo – Ajuste do AGC.
Verificar no manual do amplificador qual o canal piloto do AGC. Medir o nível do canal piloto com a chave do AGC desligado. Corrigir com o atenuador para o nível especificado.
Ligar a chave do AGC, e ajustar no trimpot o mesmo nível que estava com a chave desligado.
Finalizado todos os passos descritos acima, o amplificador estará com o canal direto alinhado.
MEDIÇÃO DOS FINAIS DE LINHA
Para garantir que todos os processos de construção e os equipamentos estão sem problemas, medimos todas as pontas da rede para certificarmos que o sinal está chegando até o final da rede conforme os níveis informados pelo projeto. Dessa maneira, a rede estará pronta para que seja feita a instalação dos assinantes.
FONTES DE ALIMENTAÇÃO
O objetivo aqui é mostrar de forma básica sobre utilização das fontes de alimentação para fornecer a energia elétrica necessária ao funcionamento dos dispositivos ativos que compõem a rede HFC.
Um elemento fundamental que constitui a rede HFC é a fonte de alimentação. A fonte desempenha importantes funções dentre as quais prover a alimentação elétrica para os equipamentos presentes na rede, proteger o sistema contra distorções que possam ocorrer nas redes de transmissão elétricas e suprir energia aos equipamentos caso ocorra uma queda de energia. A função de fornecer energia à rede para o caso de falta de energia é realizada por três baterias de 12V instaladas no gabinete. Desta forma a rede HFC pode funcionar de 2 a 3 horas sem alimentação da rede elétrica. As fontes são instaladas em postes e alimentadas diretamente pelo sistema de distribuição de energia elétrica das concessionárias locais, como mostra a figura abaixo:
Instalação da fonte de alimentação
A fonte fornece um sinal de corrente alternada (AC) que efetivamente alimenta os dispositivos presentes na rede. A entrada do AC na rede coaxial é possível pela presença de um insersor de potência (LPI).
Além de ser responsável pela inserção do sinal AC na rede coaxial, o LPI atua como dispositivo de proteção, impedindo que a fonte seja danificada caso ocorra um curto-circuito. Abaixo mostra o exemplo de um LPI utilizado em redes de TV a cabo:
LPI
Pode-se ver na figura 2 que o LPI permite a passagem de sinais de RF, que transportam os canais de televisão analógicos e a portadora digital de cable modem, ao mesmo tempo em que é responsável por colocar o sinal de AC na rede. Em seguida, será introduzido as características do sinal de alimentação AC.
ALIMENTAÇÃO AC
Igualmente os bem conhecidos sinais de RF nas freqüências de 5 a 40 MHz (downstream) e 50 a 800 MHz (upstream), trafega na rede coaxial pelos mesmos cabos a alimentação AC. Isto é possível pelo fato de a freqüência do AC ser muito menor que a freqüência dos sinais de RF. Existem diferentes formas de onda para o AC que a fonte pode fornecer à planta coaxial sendo as principais a onda senoidal, a onda quadrada e a onda semi-quadrada. Estas diferentes formas de onda são apresentadas na figura 3:
formas de onda (a) senoidal, (b) quadrada e (c) semi-quadrada.
A linha tracejada nas formas de onda apresentadas na figura 3 representa o valor de tensão usado para determinar a parcela da potência que é utilizada nos componentes eletrônicos e representa a intensidade do sinal. Pode-se observar que esta tensão útil é menor que a tensão de pico, representada pela linha contínua. Quanto mais próxima à tensão útil está da tensão de pico, mais eficiente é o sistema. Por isso, idealmente, a onda quadrada seria a melhor opção, mas esta causa “contaminação” nos sinais que circulam na rede, por ser de espectro largo. Assim, utiliza-se a forma de onda semi-quadrada, que apresenta um valor útil maior que a onda senoidal e menor nível de contaminação do espectro que a onda quadrada.
A tensão de pico da alimentação AC assume valores de 90V ou 60V, sendo preferível utilizar fontes de 90V pois, para uma mesma potência, a corrente elétrica para uma tensão de 90V é menor que a corrente para uma tensão de 60V. Reduzindo a corrente elétrica na fonte e conseqüentemente a corrente que circula na rede, há uma redução do HUM, efeito indesejado que degrada a qualidade da imagem das TV’s dos assinantes ligados à rede, manifestando-se como 2 faixas horizontais nas tela dos televisores. A figura 4 ilustra a distorção HUM:
Faixas horizontais na tela do televisor
Degradação da imagem da TV pela distorção HUM.
Nas sessões seguintes, serão discutidos aspectos relativos à colocação de fontes na rede e finalmente o exemplo de uma fonte real utilizadas nas redes coaxiais.
POSICIONAMENTO DE FONTES
Durante o projeto deve-se levar em conta que um mesmo dispositivo não pode ser alimentado por duas fontes distintas quando colocado na rede. Neste caso, utiliza-se um bloqueador de AC na entrada ou saída do dispositivo. Por ter características capacitivas, o bloqueador de AC permite apenas a passagem do sinal de RF. O bloqueador pode ser colocado na entrada de Tap’s ou divisores. Esta configuração de rede e exemplo de utilização do bloqueador é mostrado na figura 5:
Exemplo da utilização de bloqueadores
Na figura acima a fonte 1 é responsável pela alimentação do nó óptico e dos amplificadores A e B. Neste caso, o bloqueador 2 impede que os amplificadores A e B sejam alimentados pela fonte 2. Da mesma forma que os amplificadores, o nó óptico é alimentado pela fonte 1, justificando a presença do bloqueador 1, impedindo que a alimentação AC de outras fontes alcance o nó óptico.
Durante o procedimento de limpeza de ruído, onde o técnico “mata” sucessivamente as saídas do nó óptico para verificar em qual delas há um ruído mais significativo, a posição das fontes na rede deve ser considerada. Seja uma rede composta por um receptor óptico que possui três saídas cuja configuração é apresentada na figura abaixo:
Exemplo da influência do posicionamento da fonte durante limpeza de ruído
Neste exemplo, a alimentação AC para o nó óptico chega através da saída C. Verifica-se que existe uma cascata de amplificadores nas três saídas do no óptico e, portanto, caso exista ruído neste node ele pode ser originário de qualquer uma das três saídas do nó óptico (ou até mesmo das três). O procedimento padrão consiste em excluir uma das três saídas e verificar, através de um analisador de espectro, se o ruído diminuiu ou se permaneceu inalterado. Isto é, elimina-se a saída A e observa-se o espectro. Caso o ruído permaneça, significa que não é a saída A que impõe o ruído procurado no sistema. Este procedimento se repete para todas as saídas, mas a saída C não pode ser eliminada, de forma a não suspender a alimentação do nó óptico. Assim, observa-se que durante este procedimento deve ser observada a colocação das fontes. Para “matar” a saída C é necessário ir até o primeiro amplificador da cascata desta perna e retirar o PAD de retorno, de forma a manter a alimentação do nó óptico e analisar a presença ou ausência de ruído na saída C.
COMPONENTES
Nesta sessão serão apresentados os principais elementos que compõem uma fonte e um exemplo de fonte utilizada em redes de televisão a cabo. A fonte é basicamente composta de um gabinete que possui duas divisórias, uma para as baterias e outra para os módulos (módulo eletrônico e o módulo de ferro). A figura 7 exemplifica um tipo de gabinete:
*Exemplo de gabinete de uma fonte *Fonte de energia NET VIRTUA
Como modelo de uma fonte utilizada na planta coaxial das redes será apresentada a fonte modelo Alpha 60/15 e 90/15. A figura 8 mostra um diagrama que apresenta os LED’s presentes no painel frontal do módulo da fonte e suas respectivas indicações:
Test/Reset: Aciona manualmente o teste de standby Test in progress: LED aceso durante o teste Check batteries: LED aceso – defeito nas baterias Check inverter: LED aceso – defeito no inversor
Charge mode: aciona manualmente float e equalize Float: LED aceso – a carga nas baterias está em flutuação Equalize: LED aceso – equalizando as baterias
Recharge: A carga nas baterias está entre 3A e 7A (limitado em 10A)
Line power: LED aceso em modo normal Standby power: LED aceso quando entra o inversor AC Output: LED aceso continuamente (caso apagado, checar fusível de saída)
Os LED’s presentes no painel frontal de uma fonte fornecem informações importantes sobre a operação da fonte e diagnostico de possíveis problemas na operação da fonte e das baterias. Por exemplo, no painel Status System é possível identificar se a potência que alimenta os equipamentos da rede de televisão a cabo é da rede elétrica (modo de operação normal) ou das baterias (modo standby). Neste último caso ocorreu um problema da rede de energia elétrica e a responsabilidade de alimentar os dispositivos ativos pertence à bateria.
ATUALIZAÇÃO 06/01/2017
CHANNEL BONDING
A versão 3.0 do DOCSIS permite a utilização de 4 ou mais canais agregados para a transferência de dados, isso varia por conta de equipamentos (modens) que na sua maioria suportavam apenas 8 canais de downstream, o bacana é que recentemente já temos modems agregando 16 canais.
Embora a especificação não determine um número máximo de canais que podem ser agregados, existe um limite prático, além do fluxo de downstream, o meio físico também necessita transportar os canais analógicos e os digitais, além do serviço de VoD (Video on Demand).
Como o espectro é limitado, não sobram muitos canais que possam ser agregados para a transmissão de dados. O ideal seria abandonar de vez os canais analógicos, mas muitas operadoras de TV à cabo ainda possuem assinantes com receptores analógicos: no Brasil, muitos clientes da NET ainda possuem os “planos básicos” ou promocionais que oferecem apenas os canais analógicos.
Cada canal analógico de 6 Mhz liberado pode ser utilizado para transportar de 6 a 10 canais digitais em SD (Standard Definition) ou de 3 a 5 em HD (High Definition), dependendo do algoritmo de compressão utilizado.
Com estes dados em mente, pode-se facilmente perceber que 200 canais digitais ocupam menos espectro (ou largura de banda em Mhz) do que 200 canais analógicos. A eliminação completa dos canais analógicos liberaria espectro suficiente para agregar 32 canais (por exemplo) para a transmissão de dados, proporcionando uma taxa de transferência de 32 x 38 Mbps (máxima praticável por canal no DOCSIS 3.0) = 1.2 Gbps.
Um fato muito importante a ser dito sobre as taxas de transmissão em uma rede DOCSIS (utilizando agregação de canais ou não) é que elas não são dedicadas a cada assinante, mas a cada nó óptico ou área de cobertura: isto significa que a taxa de transmissão é dividida por todos os assinantes atendidos por um determinado nó óptico. O marketing de algumas operadoras (senão todas) sugere que cada usuário poderá usufruir da taxa de transmissão (ou “velocidade”) máxima, o que não é verdade. Embora seja tecnicamente possível atribuir a taxa de transferência máxima para apenas um determinado cliente, em prática a ideia não faz o menor sentido, uma vez que a arquitetura da rede HFC é projetada para atender um número “x” de clientes, que rateiam o custo da infra-estrutura.
Atualização 09/01/2017
NIVEIS DE SINAIS DOCSIS 3.0
Em docsis 3.0 mudou um pouco a questão dos parâmetros, vejo que o pessoal está confuso e posta muito perguntando sobre isso, então vamos colocar alguns padrões médios que vai ajudar a interpretar:
O sinal de TX é o sinal que o modem ENVIA para o Headend, a engenharia da NET nas velocidades entre 30 e 120 Mega recomenda niveis entre 40dBmV a 51dBmV.
O sinal de RX é o sinal que o modem RECEBE do Headend, a engenharia da NET nas velocidades entre 30 e 120 Mega recomenda niveis entre -12dBmV a +12dBmV.
Sobre o SNR de DOWNSTREAM o mínimo aceitável é 35 dB.
Sobre o SNR de UPSTREAM o mínimo aceitável é 27 dB.
O Receive Power é o volume da comunicação entre Cable modem e Headend, ou seja, baixo demais não se escuta, alto demais também não, o ideal é entre -5 e +5.
Ressalto que muitas vezes os problemas estão nos divisores internos, devemos analisar que com relação a divisores o TX sempre soma e o RX subtrai.
25/09/2017
NÓ ÓPTICO (NODE, NODO,NOD)
Resolvi falar especificamente sobre o node, visto que percebo haver muitas dúvidas no funcionamento e função dele.
O node é o componente na rede HFC que converte o sinal Óptico em elétrico para poder chegar ao cliente através de um cabo coaxial. Por ser o “ponto de partida” para o drop, a arquitetura de uma rede HFC exige que sejam distribuídos conforme densidades demográficas e perfis de consumo, ou seja, em um mesmo bairro, podemos ter dezenas de nodes, alguns servindo 25 pessoas e outros servindo 100.
A operadora deveria nivelar tal carga de forma equilibrada, pois sabemos que uma rede HFC os usuários dividem a banda do node, ou seja, se em um node temos 25 pessoas conectadas e o mesmo possui 16 canais de downstream docsis 3.0 em QAM 256 podemos presumir que a banda máxima do node será algo como 686Mbps no node o que em carga máxima permitiria 27Mbps por assinante considerando carga máxima full time.
Claro que não é assim que funciona e a operadora mapeia a utilização, fazendo assim balanceamento de carga entre os nodes.
Quando há sobrecarga de utilização, a operadora simplesmente deve “cortar” o node seccionando a carga e voltando ao equilíbrio, é simples de ser feito, e diferentemente da tecnologia xDSL não exige grande investimento para tal.
Apenas por curiosidade, abaixo imagem interna de alguns nodes:
MODULAÇÃO MULTIPORTADORA
Estamos com a NET fazendo testes com a modulação OFDM, é uma modulação multiportadora, hora de começarmos a nos familiarizarmos com esta tecnologia que dará um belo salto nas velocidades das redes HFC.
ModulaçãoOFDM
Com a evolução das tecnologias de processadores digitais de sinais, a modulação OFDM surgiu como uma solução para aumentar a capacidade de várias tecnologias que demandam altas taxas de transmissão no domínio de RF (Radiofrequência) como nos sistemas sem-fio (IEEE 802.11a e 802.11g), WiMAX (IEEE 802.16) e nos padrões de TV Digital (DVBT e ISDBT), e mais recentemente no domínio óptico em comunicações ópticas.
Definições da modulação OFDM
OFDM,Multiplexação por Divisãode Frequência Ortogonal,pertence a uma ampla classe de Modulação Multiportadora (MCM,Multicarrier Modulation),no qual as informações são distribuídas em múltiplas subportadoras com menor taxa de transmissão de dados em cada uma delas.
• Vantagens
– Uso espectral mais eficiente.
– Maior imunidade ao efeito de canal.
– Flexibilidade para as redes PON como alocação dinâmica da banda disponível e acesso múltiplo (OFDMA).
– Baixo custo de implementação (domínio digital).
Como destacado anteriormente, uma das vantagens do uso do OFDM no domínio de RF é sua robustez contra a dispersão de canal e sua facilidade de estimação de fase de canal em um ambiente variante no tempo. No entanto, o OFDM possui desvantagens intrínsecas a natureza do seu sinal, tais como a sua alta Potência de Pico em relação a potência média (PAPR, Peak-to-Average Power Ratio) e sensibilidade ao ruído de frequência e fase.
O sistema OFDM consiste em uma técnica de transmissão de múltiplas portadoras, dividindo o espectro disponível em muitas subportadoras,cada uma sendo modulada por um feixe de baixa taxa de dados. Essa técnica é muito semelhante à técnica de multiplexação por divisão de frequência FDM (Frequency Division Multiplexing),porém utilizando o espectro de frequências de forma mais eficiente, com a redução de espaçamento entre portadoras. Isso é possível porque as portadoras são ortogonais entre si, eliminando a necessidade da banda de guarda entre as portadoras.